O Seminário de Iniciação Científica da FAJE é uma iniciativa do PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) e tem por objetivo promover um espaço de intercâmbio, divulgação, valorização e avaliação dos trabalhos de Iniciação Científica produzidos na instituição.
Data: 6 de novembro de 2024 (quarta-feira), das 14h às 17h
Atividade presencial gratuita
Local: Auditório Dom Hélder | Av. Dr. Cristiano Guimarães, 2127 – Planalto – BH/MG
Inscrições pelo Sympla. Para certificado, taxa de R$ 10,00.
(Inscreva-se aqui!)
Coordenação das Comunicações: Profa. Dra. Marília Murta de Almeida – Coordenadora Institucional de Iniciação Científica e Gestora Acadêmica do Departamento de Filosofia no PIBIC.
Contaremos com a participação online dos representantes do Comitê Externo do Programa de Iniciação Científica da FAJE, a Profa. Dra. Ceci Maria Costa Baptista Mariani e o Prof. Dr. Rodrigo Marcos de Jesus.
Programação:
14h00 – Seção de Abertura
Comunicações:
14h10
Estudante: Carmine Carano
Bolsa: FAJE
Orientador: Élio Estanislau Gasda
Projeto de Pesquisa do professor: Teologia cristã e os grandes desafios ético-morais da cultura contemporânea
Título da apresentação do estudante: O Deus Queer fazendo aliança em corpos dissidentes
Resumo: Os corpos são templos onde Deus revela a Si mesmo. Os corpos e os relacionamentos queer revelam o rosto do Deus Queer. O termo surgiu no século XX como resultado da experiência de existências concretas e também das reivindicações de pessoas homossexuais, bissexuais, transexuais que entrelaçaram-se com os movimentos contraculturais engajados na contestação de identidades hegemônicas. Queer acarreta a pluralidade. Contemplando a criação, por analogia, é possível aproximar-se do Criador. Contemplando os corpos e os relacionamentos queer, contempla-se o rosto queer de Deus. Ele opõe-se ao ídolo heterocisnormativo que dociliza e violenta os corpos dissidentes. O Deus Queer faz aliança com toda humanidade, com os corpos queer. Na encarnação do Filho, esta aliança é plenificada.
14h30
Estudante: Lucas Lima da Silva
Orientador: Daniel de Luca Silveira de Noronha
Projeto de Pesquisa do professor: A experiência religiosa a partir da filosofia da mente e da ciência cognitiva
Título da apresentação do estudante: A dor como um tipo natural
Resumo: Embora o caráter multidimensional da experiência da dor seja reconhecido por muitos pesquisadores, as relações entre essas dimensões nem sempre são esclarecidas. Um problema diz respeito à relação entre o sistema nociceptor, que integra o sistema nervoso periférico, e a experiência interoceptiva da dor, permeada por processos cognitivos e emocionais. Alguns pesquisadores na filosofia da dor, como Jennifer Corns, afirmam o que aqui denominaremos de “argumento da dispensabilidade”: o sistema nociceptor tem mero impacto causal (contingente) na experiência da dor. Ou seja, a dor não depende necessariamente de uma ativação do sistema nociceptor. A partir daí, Corns afirma que a dor não é um tipo natural. Entretanto, existem visões diferentes da defendida por Jeniffer Corns. Um exemplo é a abordagem do filósofo Daniel Dennett, que defendia a possibilidade de estabelecer a dor como um tipo natural. Além disso, diferentes pesquisas empíricas recentes têm mostrado a ativação do sistema nociceptor como um elemento constitutivo da dor crônica. Por fim, também recentemente, os pesquisadores Brian Cutter e Michael Tye propuseram uma explicação representacionista da experiência da dor, dando destaque à percepção interna desta (experiência interoceptiva). Assim, levando todos esses fatores em consideração, o objetivo do nosso artigo é defender uma concepção representacionista da dor, como a melhor explicação para essas pesquisas. A partir daí, concluiremos com a tese de que a dor é um tipo natural e procuraremos extrair consequências importantes dessa tese.
14h50
Estudante: Cedric Cimpangila Malamba
Bolsa: FAPEMIG
Orientador: Afonso Tadeu Murad
Projeto de Pesquisa do professor: Ecoteologia. Singularidade, temas relevantes, perspectiva
Título da apresentação do estudante: Justiça socioambiental na Laudato Si em diálogo com a cultura africana na República Democrática do Congo (RDC)
Resumo: O povo luba ocupa o centro da República Democrática do Congo. A tribo luba é muita conhecida no Congo em termos de abordagem aos seus costumes como a questão da refeição, da mulher casada que não pode conhecer outro homem que não seja o marido para não cair no adultério. Isso com objetivo de incentivar, no sistema educativo, os ensinamentos sobre a proteção do seu ambiente, a plantação das árvores, a fim de viver em harmonia com a natureza. Pois a natureza é como uma mãe que acolhe o filho desde o nascimento até a idade adulta. Por isso, somos convidados a despertar um sentimento de unidade e comunhão com a natureza é isso que os antepassados Luba sempre promoveram.
15h10
Estudante: Luciano Paulino Coutinho
Bolsa: FAPEMIG
Orientador: Marco Heleno Barreto
Projeto de Pesquisa do professor: Niilismo e experiência religiosa
Título da apresentação do estudante: Niilismo e Soberania na reflexão estatal de Carl Schmitt
Resumo: O artigo descreve um breve percurso histórico da justificação teórica do Estado de Direito diante da secularização da jurisprudência estatal, amplamente fundamentada em valores morais tradicionais. O argumento de Schmitt é transformação histórica no direito das gentes do Jus publicum europæum fundado a partir da tomada de terra. Ele afirma que a ordem jurídica soberana, tanto a europeia quanto a do mundo ocidental pós-colonial, foi amplamente afetada pela imanentização dos valores tradicionais por consequência da secularização técnica do direito, entendido como norma pura, e esvaziado do vínculo com uma decisão pessoal situada em um determinado espaço e tempo.
15h30 – Intervalo
15h50
Estudante: José Manuel Gómez González
Bolsa: FAJE
Orientador: Francys Silvestrini Adão
Projeto de Pesquisa do professor: Fé e contemporaneidade
Título da apresentação do estudante: Relação entre o perdão e a vulnerabilidade nas sociedades contemporâneas
Resumo: Com base em algumas reflexões de Carlos Mendoza Álvarez e José Tolentino Mendonça, na pesquisa buscamos uma possível relação entre o perdão e a vulnerabilidade nas sociedades contemporâneas, consideramos a visão de cada um dos autores acima mencionados individualmente e chegamos a uma conclusão reunindo a abordagem teológica e bíblica. Nesta pesquisa, nos concentramos principalmente no perdão intersubjetivo, mas também consideramos seu lugar na esfera pública, especialmente em contextos de conflito, a fim de iluminar os processos de reconciliação e reconstrução do tecido social.
16h10
Estudante: Lucas Santos Barbosa
Bolsa: FAJE
Orientador: Adilson Feiler
Projeto de Pesquisa do professor: Má consciência e Ressentimento. Nietzsche e o projeto de uma cultura aristocrata, para além de um radicalismo fundamentalista. Um diálogo com Georg Brandes e Hegel
Título da apresentação do estudante: Nietzsche: a moral dos fracos e a superação pelo além-homem
Resumo: A obra A Genealogia da Moral de Friedrich Nietzsche é uma das grandiosas investigações filosóficas sobre a origem da moral. Nessa obra, Nietzsche critica fortemente os valores tradicionais que ele vê como derivados do ressentimento, um estado psicológico de ódio que aprisiona a pessoa numa condição de não-superação. Essa moral tradicional, associada aos “escravos” ou “fracos”, contrapõe-se à moral aristocrática, associada aos “senhores” ou “fortes”. Nietzsche sugere uma moral afirmativa e criadora representada pelo Übermensch (além-homem), um ideal de superação dos valores tradicionais e afirmação da vida que distancia do conformismo, da doença e do ressentimento.
16h30
Estudante: Emanuel Messias Almeida
Bolsa: FAPEMIG
Orientador: Jaldemir Vitório
Projeto de Pesquisa do professor: Tradições teológicas do Novo Testamento
Título da apresentação do estudante: Entre o vetusto e o atual: a compaixão como elo semântico de unidade
Resumo: A construção da efígie divina é perpassada, não raras vezes, por elementos dissonantes e incongruentes. A leitura do Deus do Antigo Testamento, como sendo punitivo e pouco afetivo, e o Deus do Novo Testamento, como sendo misericordioso e próximo, é uma delas. Entretanto, uma análise contextual do livro de Amós e da parábola do rico e Lázaro, em Lc 16, 19-31, mostrará, através do elo temático da compaixão, que a presença divina é a mesma nos dois testamentos. Compreender essa nuance possibilitará, através da eclesiologia de comunhão, uma melhor vivência do discipulado cristão.
16h50 – Encerramento
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