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A presença de Maria nos Exercícios Espirituais: dois modos de presença (4)

Alfredo Sampaio Costa SJ

Maria na experiência espiritual de Santo Inácio e na nossa (4)

Encontramos Maria nos Exercícios, em primeiro lugar, como alguém a quem nos dirigirmos para conversar e colocarmos a ela nossas necessidades (nos chamados “tríplices colóquios”, que se fazem nos momentos decisivos (ou mais difíceis) dos Exercícios). Trata-se de uma intercessão escalonada, que se dirige primeiramente a Maria para que conceda de seu Filho a graça desejada; e ao Filho, para que a alcance do Pai; e finalmente ao Pai, para que ele a conceda. É um tipo de oração que se encontra nos Livros de Horas da época de Santo Inácio e encontra uma explicação em São Boaventura, quando comentando a São Bernardo diz que o pecador, carregado com o peso de suas culpas, tem um acesso seguro a Deus, em particular quando tem a Maria próxima de Jesus e a Jesus próximo ao Pai. Essa proximidade mediadora de Maria está fundada em sua maternidade divina: “Por ti, Maria, temos acesso a teu Filho que […] por meio de ti se dignou a participar das nossas enfermidades e misérias […] tua intercessão nos faça partícipes das glórias eternas” (Solilóquio, BAC, Madrid 1947, 206s).

Em um dos exercícios mais importantes, na oblação “de maior amor e estima” ao “Rei eterno” pedimos: “Eterno Senhor de todas as coisas, eu faço minha oblação com vosso fervor e ajuda, diante de vossa infinita bondade, diante de vossa infinita bondade e diante de vossa Mãe gloriosa e de todos os santos e santas da corte celeste” (EE 98). Pedro de Leturia ressalta que abundam nos livros de Horas da época imagens da Virgem diante de Jesus e da Trindade, dos santos do paraíso. Nesta iconografia aparece sempre o papel de medianeira da Virgem diante de seu Filho e do divino Filho diante do Pai Eterno.

Temos contado na nossa vida com a presença materna amorosa da Mãe nos momentos decisivos e ao termos que enfrentar nossos desafios mais exigentes?

Junto a essa presença dialogante de Maria, intercedendo na comunhão dos santos pela Igreja, encontramos outro modo de sua presença que a situa no transcurso dos mistérios da vida de Cristo que começam a partir da segunda Semana.
Nossa Senhora aparece na primeira contemplação da Encarnação, que é a chave para todas as demais: “Contemplar como as três pessoas divinas miravam toda a superfície plana ou curva do mundo, cheia de homens; e como, vendo que todos desciam para o inferno, se determina, em sua eternidade, que a segunda pessoa se faça homem, para salvar o gênero humano. E assim, chegada a plenitude dos tempos, enviam o anjo São Gabriel a Nossa Senhora” (EE 103). Maria aparece atuando com a Trindade realizando a Encarnação do Verbo.

Através dos outros mistérios da infância, vão sendo descritos a afinidade de intenções, de afetos e sentimentos de Maria com seu Filho. Depois da encarnação vem a visitação (EE 263, Lc 1, 39-56), em que Isabel, cheia do Espírito Santo exclamou em alta voz: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu seio, Jesus”. Toda a colaboração de Maria para a salvação desde a encarnação até pentecostes, passando pela vida oculta e pública de Jesus, foi possível e se levou a cabo em virtude do Espírito.
No nascimento de Jesus (EE 110-117, 264), Maria assume o protagonismo: ela é a que dá à luz a seu filho primogênito, a que o envolve em faixas e o coloca na manjedoura. As condições do nascimento de Jesus são o começo de sua obra salvadora que terminará também fora da cidade, no Gólgota, envolto em um lençol e colocado em um sepulcro. Esta conexão entre berço e sepultura, entre nascimento e páscoa fica muito clara nos Exercícios, quando se propõe que se considere “como o Senhor tenha nascido em extrema pobreza e, ao cabo de tantos trabalhos, fome, sede, calor e frio, injúrias e afrontas, vá morrer na cruz e tudo isso por mim” (EE 116). A sombra da Cruz já envolve o presépio de Belém e lhe dá todo o seu sentido.

Nos dias que seguem, os Exercícios nos apresentam ainda o mistério marial sob esta mesma luz7. Inácio reagrupa, para serem contemplados um após o outro, depois repetidos juntos (EE 118), os episódios da Apresentação e da fuga para o Egito. Aqui ainda, esta vontade de reunir dois mistérios em um mesmo esforço espiritual testemunha o valor exato que eles têm a seus olhos. A Virgem oferece o seu filho, ouve a profecia de Simeão e, por este mistério da fuga “como para o exílio” (EE 132), ela já vive a Cruz. Desde Belém, José e Maria se dirigem com o Menino a Jerusalém para cumprir a lei da apresentação do filho primogênito (EE 266) e da purificação da mãe (EE 268). Simeão tomou o menino nos braços e bendisse a Deus com um hino no qual canta a salvação de Israel e o chamado aos gentios para participar desta salvação. Depois, dirigindo-se a Maria, lhe diz que uma espada atravessará seu coração.

Na fuga para o Egito (EE 269) e seu retorno (EE 270), aparece todo o caráter dramático da vida de Jesus, do qual Maria participa.
No dia seguinte, dois mistérios, ligados de maneira também íntima e tão característica: Jesus submisso a seus pais, Jesus perdido no Templo. A Virgem Maria recebe em seu coração a palavra profética de Jesus: não sabíeis que devo me ocupar das coisas de meu Pai? — primeiro anúncio para ela do “não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?” Doravante, na vida íntima da casa de Nazaré, ela reconhece, na obediência que seu filho lhe manifesta, a presença de um Amor que ultrapassa o seu próprio amor materno.

Maria ainda estará presente quando Jesus se despedirá dela para se dirigir ao Jordão a fim de ser batizado e em um dos mistérios propostos para a oração, que é as Bodas de Caná.

Contemplando Maria participando ativamente da vida de seu Filho Jesus desde a concepção, associada à Trindade, vamos também tomar consciência agradecida da presença de Maria na nossa caminhada, Mãe solícita e compassiva. Seja nos momentos dolorosos, seja nos alegres, Maria está presente!

Alfredo Sampaio Costa SJ é professor e pesquisador no departamento de Teologia da FAJE.

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