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Confira a entrevista do professor Édil Guedes da FAJE ao IHU online

No livro A Economia como Sistema da Representação em Karl Marx (São Leopoldo: Unisinos, 2014), Édil Guedes investiga a concepção econômica da obra de Marx para além dos limites impostos pela manutenção da existência física dos indivíduos, alcançando uma forma do ser humano expressar a sua própria existência e a sua sociabilidade. “A produção da vida material apresenta-se para o ser social humano como ele a representa, quer dizer, como ele a torna presente para si na qualidade de vida humana”, aponta o autor.

Na economia do capital, lembra Édil Guedes em entrevista concedida à IHU On-Line, por email, o trabalhador, embora sujeito da sua própria história, desfaz-se da condição de protagonista, representando a sua existência social como algo que se processa de forma autônoma a ele, com uma lógica específica, impessoal e objetiva. “A vida social representa-se, subjetiva e objetivamente, como independente do seu original criador, e como uma realidade que além de tudo o submete, subjuga e impõe a ele os desígnios dela. Considerando-se especificamente a situação daquele que assume o papel de trabalhador assalariado, então tudo fica ainda mais grave. O trabalhador, para Marx, aliena de si a própria força de trabalho, aquilo que, podemos afirmar, ele é em potência, vendendo-a como mercadoria”, expõe. A força de trabalho converte-se então na base de sustentação do capital, elevado à condição de “relação social autorreferida, reificada, com todos os predicados de ‘sujeito total e absoluto’ da realidade social, pois se torna o princípio e o fim dela mesma”.

O autor faz, entretanto, uma ressalva: “é preciso não esquecer que esta realidade é obra do ser humano, que essa história é a sua história. Portanto, tal processo não pode ver-se senão como autoalienação, como autossujeição, e não como puro condicionamento, como pura imposição da força das coisas, da realidade, sobre o ser humano. É necessário lembrar sempre que esta é a realidade dele. Do contrário, cairíamos num determinismo absoluto e sem sentido, e que tornaria também sem sentido tanto a obra de Marx como a sua atuação política”.

Édil Carvalho Guedes Filho é graduado em Ciências Econômicas pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC/MG e possui mestrado e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG. Atualmente é professor da PUC/MG e da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia.

Clique aqui e confira a entrevista completa:

Por: Luciano Gallas
Fonte:www.ihuonline.unisinos.br

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