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Os relatos das aparições do Ressuscitado: desejo de transmitir vida

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Alfredo Sampaio Costa SJ

A Ressurreição intensifica de modo incomensurável e incalculável o compromisso de Jesus com o mundo. Mais do que tentar descrever o fato mesmo da Ressurreição, os evangelhos elencam uma série de Encontros com o Ressuscitado, que iremos rezar durante o tempo pascal. Contemplando as “aparições” do Ressuscitado, experimentaremos nos nossos corações esse mesmo desejo de Jesus de comunicar vida, de entrar em comunhão, de consolar os que estavam desanimados e abatidos. Participar da alegria do meu Senhor significa exatamente isso.

Quantas pessoas esperam em meio à dor do sofrimento e da morte poderem experimentar a alegria de encontrar Vida em meio à morte e poderem, desta forma, retomar o rumo de suas vidas, na renovação da sua fé. Hoje, mais do que nunca, é preciso que o Senhor “se faça ver” Vivo e Vitorioso sobre a morte!

Contemplando as aparições do Ressuscitado, nossa atenção centra-se sobre a alegria do Senhor.

A alegria e o deleite de Jesus não provêm de si mesmo, mas implicam o reconhecimento agradecido de tudo o que o Pai realizou na sua vida e através dele. As palavras do Magnificat cairiam bem nos lábios de Jesus: “O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o seu Nome!” (Lc 1,49). Talvez as humildes palavras de Maria recolhessem muito mais efetivamente o que a Páscoa significou para Jesus do que a certeza do seu pronunciamento “Eu venci o mundo!” (Jo 16,33)[1].  Não temos dúvida da grande alegria que certamente resultou de ter finalmente se unido ao Pai. Mas também estamos seguros de que a alegria de Jesus não seria completa enquanto os seus discípulos estivessem tão longe de casa. “A alegria de Jesus é sempre conectada com a paz, a alegria e a comunhão dos seus discípulos. É difícil imaginar a sua alegria sendo completa se eles estão sofrendo, ou pior, se estão divididos”[2].  Inácio captou muito bem isso, quando insistirá que, ao contemplar as aparições de Jesus Ressuscitado, observemos como Jesus realiza o ofício de consolar (cf. EE 224).

Comentando sobre essa graça da alegria pascal, Michael Ivens escreve que a alegria pascal pode ser experimentada em diversos níveis; consiste em uma experiência transformante de alegria a qual está unida à alegria de Cristo, do mesmo modo como o sofrimento ao rezar a Paixão era um compartilhar do sofrimento de Cristo: “A alegria pascal constitui um elã para a missão apostólica, uma fonte de força, de energia e de coragem para participar dos trabalhos do Reino”[3]. Participar da alegria de Cristo significa participar altruisticamente da alegria de Cristo para consigo (ou seja, do seu retorno ao Pai e a sua elevação à glória), mas devemos nos lembrar que a alegria de Cristo não é somente uma alegria para si mesmo, mas sim para nós: alegria por tudo o que ele realizou e quer ainda realizar em nós, em nossas vidas.

Convidados a nos alegrarmos com a alegria do outro 

A experiência da Ressurreição traz consigo um elemento muito importante ao longo de todos os Exercícios: o primado da alteridade. Tudo o que temos e somos vem de outro, é devido a outro. A vida de Jesus não se entende sem a sua relação com o Pai. O Pai que o ressuscita e o traz vitorioso sobre a morte! É a alteridade que manda na sua vida[4] e só abrindo-se para essa realidade ele pode se realizar e encontrar a sua felicidade. Jesus é a figura do outro que me interpela a partir da sua gratuidade e do seu caminho de pobreza e humildade. Contemplando a Jesus que vive, atua e faz somente o que recebe do Pai querido, o exercitante se dá conta de que tudo o que possui é dom e graça e que ele só terá acesso à vida verdadeira se entra ele mesmo nessa dinâmica de gratuidade que sai de si e vai ao encontro do outro.

Todo esse caminho de graça e de gratuidade chegará ao seu ponto máximo na contemplação dos mistérios da Ressurreição, no momento de alegrar-se por Ele e com ele. A graça que é preciso pedir não terá como conteúdo a alegria que provém do alívio de sair de uma situação de angústia e morte e entrar em outra de gozo e glória.  Será, muito delicada e refinadamente, pedir alegria pela alegria do outro.  É puro desprendimento, pura saída de si, pura gratuidade.

Vivamos o Tempo da Páscoa como oportunidade para experimentar a gratuidade do Amor do Senhor que nos envolve e nos chama a espalhá-lo nas realidades mais sombrias devolvendo a esperança aos que se encontram abatidos!

Pe. Alfredo Sampaio Costa é jesuíta, professor do departamento de Teologia da FAJE e autor de diversas obras.

[1] William REISER, Locating the Grace of the Fourth Week, Studies in the Spirituality of Jesuits 38/3 (2006) 15.

[2] William REISER, Locating the Grace of the Fourth Week, 13.

[3] Michael IVENS, Understanding the Spiritual Exercises, Herefordshire: Gracewing 1998, 162.

[4] Maria Clara Lucchetti BINGEMER, La cuarta Semana. El don y el desafío de la alegría, Manresa 79 (2007) 143.

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