PROJETOS EXTENSIONISTAS
2025 | 1
Projeto 1: Filosofia, do ressentimento vingativo ao ódio: como pensar as diferenças para além do doutrinamento ideológico
A atividade extensionista pretende, mediante uma leitura nietzscheana sobre os temas do ressentimento e da vingança, avaliar em que medida é possível tratar o tema das diferenças, em todos os seus âmbitos, para além do doutrinamento ideológico, que em grande medida conduz ao ódio.
Professor Responsável: Prof. Dr. Adilson Felicio Feiler
Modalidade: Presencial*
Reuniões: Terças-feiras | 14h às 15h.
*IMPORTANTE: Apenas poderão se inscrever neste projeto, os discentes com disponibilidade para participação presencial.
Projeto 2: O desafio de compreender e combater as fake news
Este projeto visa explorar o fenômeno das fake news e seus impactos na sociedade. É sabido que a compreensão das fake news e dos métodos para detectá-las varia entre comunidades epistêmicas de forma capilarizada, havendo distinções significativas no interior de um mesmo país ou de uma mesma comunidade linguística. Assim, em vez de considerar o fenômeno como homogêneo e universal, é necessário abordá-lo dentro desses contextos, respeitando as peculiaridades de cada comunidade, tais como as escolares. Nesse cenário, o foco será
entender como as fake news influenciam a polarização social, a confiança nas instituições, e os processos democráticos, e como diferentes comunidades compreendem, detectam e resistem a
essas informações falsas.
Professor Responsável: Prof. Dr. Carlos Barth
Modalidade: Online
Reuniões: quartas-feiras | [18h30]
Projeto 3: Os Vivos e seus Mortos
O poderio e a capacidade do Homo sapiens dilatam-se imensamente. Sua força e engenhosidade encontraram meios de alçar pesos ciclópicos, atingir velocidades supersônicas, sanar graves enfermidades, enxergar dimensões microscópicas, descortinar mundos longínquos. A maior bomba nuclear já detonada nulificou tudo no raio de algumas dezenas de quilômetros em 1961. “Fortis et liber” quiçá conviria como lema expressivo para o elã que impulsiona nossa espécie em tal incremento.
Entretanto, o ser humano não sobrepujou a morte, que paira sobre o indivíduo como o amanhã sobre o hoje. A inevitável morte engendra neste mundo sequelas impactantes que quase sempre são contrárias à intenção de quem morre. Ela anula a força do poderoso, tira a fortuna do rico, isola o famoso da fama. Além da morte ser inevitável, inopinado é seu exato advento. Uma vez que o indivíduo se encontra neste mundo, as certezas inexoráveis são: alguém o pôs aqui, ele existe e a morte se apresentará. Até a morte estende-se o que o Homo sapiens pode saber com certeza por suas forças. O âmbito do que experiência e razão podem afiançar e comprovar chega apenas até o cadáver e sua decomposição.
O sujeito humano que existiu neste mundo, deixa de existir após a morte? Esse questionamento é existencialmente significativo para a maior parte das pessoas, e o tem sido ao longo dos séculos no decorrer da história da humanidade. As respostas resolutas – sim ou não – a tal pergunta são contrárias entre si, mas se acomunam no fato de não poderem ser demonstradas apenas com a razão. Esta não consegue provar, só com suas forças, que o indivíduo humano termina com a morte, nem que de alguma maneira ele continua existindo após.
Ambas as respostas são dadas posteriormente a um “salto de fé”. A resposta afirmativa àquela pergunta – sim, o ser humano deixa de existir após a morte – não é neutra; depende de ato de fé prévio. Também a resposta negativa – não, algo do ser humano sobrevive à morte – depende disso. Dá-se um “salto de fé”, mediante um ato de fé, no sentido de que a resposta escolhida é verdadeira.
É notável, ao longo dos diversos estratos temporais da revelação judaico-cristã testemunhados na Sagrada Escritura, que as respostas àquela questão são constantes. O texto sagrado reitera, desde os primórdios de suas mais antigas tradições, que algo do ser humano subsiste após a morte. O conteúdo dessas afirmações de fé a respeito da existência pós-morte progrediu desde épocas arcaicas ao longo do Antigo Testamento. Neste, em estrato mais recente, remonta a 120 a.C. (2Mc 12,44-45) o testemunho mais antigo sobre a proficuidade da intercessão que os vivos fazem em benefício de seus mortos. Os cristãos mais antigos adotaram essa prática como algo intrínseco e próprio, que continua reiteradamente ao longo dos muitos séculos tanto na Igreja oriental como ocidental.
A disciplina de atividade extensionista “Os Vivos e seus Mortos” situa-se nesse caudal multimilenar. Ela será oferecida em 2025 e envolverá aproximadamente 40 estudantes de graduação em Filosofia e Teologia (presencial e EAD). Os destinatários principais são os “vivos e seus mortos” das comunidades de fé próprias e próximas dos ambientes de estudo e/ou moradia de cada estudante, ou ao menos em suas respectivas cidades. Os estudantes, individualmente ou em duplas, inserir-se-ão presencialmente em exéquias de sua própria confissão religiosa e, permanecendo ligados ali com as demais pessoas por vínculos de fé e afeto que se estendem para além das fronteiras da morte, desenvolverão sufrágios pelos falecidos. As cerimônias fúnebres são instâncias de profunda comunhão e interação, concatenadas entre os vivos e seus entes falecidos, nas quais de maneira privilegiada se manifesta a fé no além-morte. O sufrágio pelo outro tem ali sua ocasião por excelência – mas não exclusiva – na qual o amor alcança o além. Nas exéquias a intercessão presencial – junto da comunidade de fé – por quem partiu deste mundo torna-se recíproco dar e receber que vincula afetuosamente vivos e falecidos.
Professor Responsável: Prof. Dr. César Andrade Alves
Modalidade: Online
Reuniões: Sextas-feiras | 20h às 21h
Projeto 4: Diálogos interculturais: conhecendo os povos indígenas
A realidade brasileira, desde o início de sua história, é a história de um encontro entre culturas. A violência marcou este encontro no início de nossa história e segue ainda hoje nos acompanhando e colocando muitas vidas em risco. A realidade vivida pelas nações indígenas no Brasil é a história de um massacre que levou ao quase extermínio desses povos. Entretanto, as nações sobreviventes seguem em luta por terra, dignidade, respeito, espaço político, garantia dos direitos à educação e aos serviços de saúde, espaços artísticos, espaços de diálogo.
De outra parte, a maioria da população brasileira segue com imenso desconhecimento sobre a realidade dessas pessoas e ainda vemos surgirem noções estereotipadas e preconceituosas em relação a elas. Percebemos no espaço dos Projetos Extensionistas uma possibilidade de construir algo que colabore para a expansão do conhecimento sobre os povos indígenas do Brasil. Conhecimento que deve partir de algo já estruturado pelos estudiosos – por isso a dimensão formativa do projeto –, mas que deve se completar com o contato humano e a interação entre os estudantes e representantes de uma ou mais etnia indígena.
Contamos entre nossos estudantes com alguns que fazem atividade pastoral no CIMI – Conselho Indigenista Missionário –, importante organização da igreja católica brasileira que vem há décadas construindo pontes entre os povos indígenas e o restante da população. Este projeto nasce em diálogo com estes estudantes e conta com toda a rede de contatos e conhecimentos a que eles têm acesso.
Professora Responsável: Profa. Dra. Marília Murta
Modalidade: Online
Reuniões: Terças-feiras | 19h
Projeto 5: Fraternidade e Ecologia Integral
Para bem celebrar a Quaresma, tempo especial de oração e conversão em preparação à Páscoa, difundiu-se nas Igrejas do Brasil, a partir de uma experiência iniciada em 1962, na Arquidiocese de Natal-RN, a Campanha da Fraternidade – CF. Em 1964, ela foi assumida nacionalmente pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, no contexto de renovação eclesial do Concílio Vaticano II. Desde então, a CF se tornou expressão concreta de solidariedade e fraternidade na vida das comunidades de todo o Brasil.
No primeiro semestre de cada ano acadêmico, a FAJE oferece a possibilidade de seus/suas estudantes desenvolverem atividades de extensão relacionadas à CF, que neste ano tem como tema “Fraternidade e Ecologia Integral”. Nos dez anos da publicação da encíclica do Papa Francisco Sobre o cuidado da casa comum (Laudato si’), a CF de 2025 urge uma conversão de mentes e corações “ouvindo o grito dos pobres e da Terra” (objetivo geral).
“Em tempos de urgente crise socioambiental”, a presente atividade articula-se com alguns dos objetivos estratégicos do Plano de Desenvolvimento Institucional da FAJE (PDI), tais como: “Formação de lideranças juvenis”, “Compromisso e Incidência Social”, “Cultura da ecologia integral”. A partir de iniciativas diversas, as/os estudantes deverão ajudar os públicos com os quais atuarão a refletirem sobre a fraternidade e a ecologia integral, em vista da justiça socioambiental e da atuação socioeducativa.
Professor Responsável: Prof. Dr. Moisés Nonato Quintela Ponte
Modalidade: Online
Reuniões: Terças-feiras | 19h às 20h30
Projeto 6: Ecologia, educação e comunidade local
A questão ecológica se configura em nossos dias como problema e oportunidade. Há sinais evidentes, largamente difundidos na mídia, de crescente deterioração do planeta. O Papa Francisco, no capítulo I da carta encíclica “Laudato Si”, enumera alguns deles: crise climática, aumento da produção de resíduos sólidos (lixo) gerados pela cultura do descarte, perda da biodiversidade e redução do acesso à água potável. Convicto de que “tudo está interligado” e de que a crise é socioambiental, o papa denuncia a deterioração da qualidade da vida humana, a degradação social e a desigualdade planetária (LS 19-52). Por fim, coloca uma questão que soa como apelo especialmente aos educadores: Se a questão é grave, por que as respostas das pessoas que se ocupam do poder econômico e político é tão fraca e ambígua? (LS 53-59)
A crise ecológica não constitui apenas um “problema”, mas se converte em grande oportunidade para a humanidade assumir um novo paradigma civilizacional, superando o antropocentrismo egóico e despótico. Esse novo paradigma se caracteriza por uma forma relacional de conceber o lugar do ser humano no planeta e atuar com/sobre ele. Já nos primeiros parágrafos da Laudato Si Francisco anuncia que a Terra é para nós humanos a Casa Comum, onde habitamos com todos os outros seres. Ela se assemelha a uma irmã, com a qual partilhamos a existência. E como uma mãe bondosa nos acolhe nos seus braços (LS 1).
No capítulo VI da Laudato Si, intitulado “Educação e Espiritualidade ecológicas”, Francisco propõe um estilo de vida sustentável (LS 203-208). Conclama-nos a uma educação que contemple a aliança entre humanos e ambiente (LS 209-215). Nesse sentido, a educação deve atuar sobre as mentalidades e “difundir um novo modelo relativo ao ser humano, à vida, à sociedade e à relação com a natureza” (LS 215). Isso posto, nosso projeto se propõe como resposta a esse apelo.
A disciplina de atividade curricular extensionista “Ecologia, educação e comunidade”, a ser realizada no primeiro semestre de 2025, acolherá alunos dos cursos de graduação em filosofia e em teologia da FAJE. Essa iniciativa de serviço à comunidade local e aprendizagem teórico-prática, terá como destinatários principais alunos do Colégio Santa Maria Minas – Pampulha. Essa escola pertence à Rede Santa Maria de Ensino (Sociedade Mineira de Cultura), mantenedora de outras 12 escolas na região metropolitana de Belo Horizonte e das unidades da PUC Minas. Localizada nas proximidades da FAJE, atende especialmente às crianças e jovens do bairro Floramar e adjacências, oferecendo educação infantil, ensino fundamental e médio.
Os estudantes da FAJE, dos cursos de filosofia e de teologia, atuarão junto aos alunos dessa escola dos 6ºano (EF) e 1ºano (EM), que estão na faixa etária de início ao final da adolescência. Realizarão algumas atividades de educação para a prática da ecologia integral durante o semestre, em consonância com o projeto político-pedagógico dessa instituição de ensino. Estimularão os adolescentes a assumir atitudes ecologicamente amigáveis e, dentro dos limites de sua faixa etária, contribuir com a comunidade local. Os alunos inscritos para a atividade curricular extensionista farão intervenções/práticas em algumas aulas (no Colégio Santa Maria) destinadas ao desenvolvimento do projeto socioambiental “Mãe Terra” como também nas aulas do componente curricular “Voluntariado e responsabilidade social” a partir da orientação da professora Renata Cioletti Vale, responsável por quatro turmas de 6º anos e 4 turmas de 1º anos do Ensino Médio
Professor Responsável: Prof. Dr. Sinivaldo Tavares
Modalidade: Presencial*
Reuniões: 17, 18, 18 e 26/03; 07, 08, 09 e 30/04; 05, 06, 07 e 21/05; 02, 03, 04 e 11/06.