Será que Deus esqueceu-me?”: Contribuições da “vida escrita” de Carolina Maria de Jesus para uma Teologia Negra Decolonial é o título da tese de doutorado do pesquisador Rafael Pinto, no programa de Pós-Graduação da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. O tema da tese mereceu artigo publicado no jornal Estado de Minas, no dia 13 de outubro, na coluna da psicanalista Regina Teixeira da Costa (veja o link: https://www.em.com.br/colunistas/regina-teixeira-da-costa/2024/10/6963682-carolina-maria-de-jesus-e-a-teologia-negra-decolonial.html ).
A tese investiga as contribuições para uma Teologia Negra Decolonial a partir da “vida escrita” de Carolina Maria de Jesus. Para isso, o autor expõe a “vida escrita”, conceito de Ruth Silviano Brandão, de Carolina Maria de Jesus, empregando, a partir da ideia barthesiana de “biografema”, o método “biografemático” desenvolvido por Lucia Castello Branco. De igual modo, apresenta o Pensamento Decolonial, privilegiando o conceito de “ferida aberta”, de Gloria Anzaldúa e, nessa linha, aproxima os Estudos Decoloniais do corpo ferido, pela “escravatura atual”, de Carolina de Jesus. Posteriormente, Rafael aborda o advento da Teologia Negra, com James Cone, a Teologia Negra no Brasil, com Antônio Aparecido da Silva, as Ações Pastorais Afro-brasileiras e as marcas da Teologia Negra Decolonial. Por fim, tomando por base a noção de “teografia”, elaborada por Ulpiano Vázquez Moro, o autor propõe a abordagem “teobiografemática”, mediante a qual reflete as experiências do deserto, de Deus e da profecia, como contribuições para uma Teologia Negra Decolonial a partir da produção literária de Carolina Maria de Jesus.
Foto: Arquivo Nacional
“Este trabalho doutoral inaugura a investigação da obra de Carolina Maria de Jesus no Programa de Pós-Graduação em Teologia cristã. De forma que a nossa tese, por um lado, ratifica a potencialidade dos textos carolineanos e, por outro, pretende contribuir, a partir da área teológica, para as outras áreas do conhecimento, ampliando as possibilidades de pesquisa”, explica Rafael Pinto.